Fim da Isenção para Compras Internacionais nos EUA Ameaça Pequenas Empresas e Consumidores

No início deste ano, Deborah Grushkin, uma entusiasta das compras online de Nova Jersey, viu-se em desespero. O presidente Donald Trump anunciou o término da isenção de impostos para pacotes internacionais abaixo de US$ 800, principalmente vindos da China. Essa decisão, amplamente discutida e apoiada por grandes varejistas tradicionais, foi um golpe duplo para muitos consumidores americanos e pequenas empresas que dependiam do sistema de isenção 'de minimis' por uma década. O crescimento meteórico de plataformas como Shein e Temu exemplifica a relevância da isenção, já que, só em 2023, ela representou mais de 7% do total de importações de consumo nos EUA.
Vários países, entre eles Brasil e Reino Unido, avaliam medidas similares. No Brasil, a polêmica “taxa das blusinhas” gera debate ao taxar em 20% compras internacionais até US$50 em plataformas como Shein e AliExpress. Nos EUA, consumidores de baixa renda, como Krystal DuFrene, sentem o impacto. Krystal, aposentada do Mississippi que depende de pagamentos por invalidez, já observa preços aumentando significativamente no Temu, levando-a a cancelar pedidos ou encontrar alternativas locais.
As mudanças promulgadas por Trump não afetaram apenas consumidores. A Temu, por exemplo, interrompeu vendas diretas da China para os EUA, voltando-se para vendedores locais. Isso aumenta a pressão sobre pequenas empresas americanas, que enfrentam uma 'mudança insuperável'. Empresas como a Indochino, que fornecem produtos sob encomenda da China, veem a viabilidade dos seus negócios ameaçada.
Steven Borelli, CEO da CUTS, que fabrica fora dos EUA e distribui a partir do México, expressa preocupações semelhantes. A empresa busca reduzir sua dependência da China, mas enfrenta o desafio de ajustar seu modelo de negócios rapidamente às novas regulações.
Com diversas marcas alertando os consumidores sobre aumentos de preços e cortes iminentes, a escalada de tarifas e o término das isenções estão forçando o eco-commerce a um ponto de ruptura. Parlamentares e especialistas argumentam que o 'de minimis' facilita comércio ilegal e distribuição de produtos violadores de normas, impulsionando mudanças regulatórias.
A atual administração defende que a segurança do consumidor justifica o fim das isenções, mas existe receio de que, sem fiscalização adequada, a política não atinja seu objetivo. Enquanto isso, consumidores se preparam para novos hábitos de consumo e empresas buscam sobreviver em um mercado cada vez mais complexo e restrito. Atualize-nos com sua opinião nos comentários abaixo e continue informado sobre as implicações deste cenário em nosso blog.