A Surpreendente História do Dia dos Namorados: Uma Estratégia Comercial de Sucesso no Brasil
Enquanto o Dia dos Namorados é celebrado com entusiasmo no Brasil, dificilmente se imagina que suas origens estejam firmemente enraizadas em estratégias comerciais e não no romantismo. Essa famosa data comemorativa, marcada no dia 12 de junho, surgiu em 1948 graças a uma engenhosa ideia do publicitário João Dória, pai do ex-governador de São Paulo, João Doria Jr. Dória foi incumbido por uma loja que lutava contra o baixo movimento nas vendas durante o mês de junho, segundo informações da Associação Brasileira de Agências de Publicidade (ABAP). Junho, tradicionalmente um período de baixa no comércio, exigia uma solução criativa para estimular as vendas.
A escolha do dia 12 de junho não foi aleatória. A data precede a celebração do Dia de Santo Antônio, conhecido como o santo casamenteiro na cultura popular. A primeira campanha para lançar o evento no calendário brasileiro tinha um slogan sedutor: 'Não é só com beijos que se prova o amor!'. O vice-presidente da ABAP, Antônio Fadiga, destaca que a ideia foi muito bem sucedida porque se liga intimamente ao comércio. Segundo ele, pesquisas mostram que seis em cada dez brasileiros consideram o Dia dos Namorados uma data importante. Tal estratégia foi rapidamente adotada por outros lojistas, consolidando o Dia dos Namorados como a terceira data mais lucrativa do comércio no Brasil, de acordo com o Sebrae.
Curiosamente, apesar de sua importância econômica, a data não é reconhecida como feriado ou ponto facultativo pelo governo federal. Em contraste, em muitos outros países, o amor é comemorado em fevereiro no Dia de São Valentim, ou Valentine's Day.
Uma das razões para a véspera do dia 13 de junho ter se tornado a data do Dia dos Namorados é a popularidade de Santo Antônio. Antônio é reverenciado na Igreja Católica como protetor dos pobres e das pessoas em busca de um casamento. Santo Antônio de Lisboa, nascido em 1195, em Portugal, é padroeiro de várias dioceses e arquidioceses brasileiras.
Histórias sobre seu papel como santo casamenteiro incluem relatos espantosos. Como narra o padre Elílio de Faria Matos Júnior, Santo Antônio ajudou uma jovem em Nápoles que desejava casar, mas não tinha recursos para um dote. Ele lhe deu um bilhete para um comerciante, instruindo-o a dar à jovem moedas de prata com o mesmo peso do papel. O comerciante, sem ter ideia do verdadeiro peso espiritual do bilhete, aceitou. Somente quando colocou o papel na balança percebeu que equivalia a 400 escudos de prata, montante que havia prometido ao santo, conforme a tradição católica. Com a quantia, a jovem pôde realizar seu casamento.
Os devotos de Santo Antônio inumeram simpatias, desde deixá-lo de cabeça para baixo até procurar sua representação em bolos, tudo na esperança de se casarem. A devoção ao santo se reflete nas práticas culturais brasileiras, impulsionando o simbolismo ao Dia dos Namorados como precursor de casamentos felizes.
Internacionalmente, a celebração semelhante mais famosa é o Valentine's Day, observado em 14 de fevereiro. A data homenageia São Valentim, bispo no século III no Império Romano. Desafiando uma proibição imposta pelo imperador Cláudio II, que acreditava que soldados solteiros eram melhores guerreiros, Valentim celebrava casamentos em segredo. Descoberto, foi martirizado por suas ações em nome do amor e da fé, dando origem à tradição de comemorar o amor nesse dia.
O Dia dos Namorados brasileiro permanece uma data de destaque tanto cultural como economicamente, demonstrando o poder do marketing em moldar tradições e impactar a economia através do simbolismo e do consumo. Celebre esta data com criatividade e reconhecimento de seu potencial histórico e comercial, sempre lembrando do verdadeiro valor do afeto e das relações significativas.
Não deixe de compartilhar como você comemora o Dia dos Namorados nos comentários e descubra mais sobre as tradições em nosso site.