Brasil Prestes a Retomar Status de Livre de Gripe Aviária com Fim do Vazio Sanitário

O Brasil está prestes a ser declarado livre da gripe aviária, uma condição que atrai atenção internacional em um momento crucial para o mercado de exportação avícola. Nesta quarta-feira (18), o país marcará o fim do vazio sanitário de 28 dias desde a desinfecção da granja em Montenegro, no Rio Grande do Sul, local onde foi detectado o primeiro caso de gripe aviária em aves comerciais. Este marco é vital para restaurar a confiança dos importadores mundiais que suspenderam as compras de frango brasileiro por precaução.
"Vamos comunicar [amanhã] a Omsa [Organização Mundial da Saúde Animal] e também todos os países importadores sobre o fato do Brasil ser novamente livre de influenza aviária", informou Luis Rua, secretário de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, sinalizando um avanço importante para o segundo maior exportador de frango global.
O início do vazio sanitário remonta a 22 de maio, um dia após a higienização da granja infectada. Desde então, não houve novos casos confirmados em granjas comerciais em todo o território nacional, uma confirmação necessária para que o Brasil reivindique o status de país livre de gripe aviária, conforme as diretrizes da Omsa.
A duração de 28 dias é considerada ideal para garantir a eliminação de qualquer vestígio do vírus no meio ambiente, segundo autoridades de saúde. Este período de quarentena é essencial para a retomada das atividades comerciais, assegurando que o ambiente está seguro para a produção avícola.
Mesmo com a liberação esperada, os embargos vigentes não devem ser suspensos imediatamente. Países como China, que compram uma fatia significativa do frango brasileiro, impuseram restrições severas desde a confirmação do caso em Montenegro, e agora espera-se que ajustem suas políticas de importação.
Até o momento, o governo brasileiro investigou suspeitas de gripe aviária em várias regiões, todas elas descartadas após meticulosa análise. Situações em Ipumirim (SC), Aguiarnópolis (TO), Bom Despacho (MG), e outras cidades foram identificadas, mas felizmente, não trouxeram novos riscos para o setor avícola.
A presença de casos em aves silvestres e criações domésticas, embora não impactem nas exportações, reforça a necessidade de vigilância contínua. Desde a chegada da doença em 2023, o Brasil contabilizou 174 casos, a maioria em aves silvestres.
As exportações de frango, embora afetadas pelas restrições, representam apenas uma parte da produção nacional, com o consumo interno sendo considerável. No entanto, o impacto no mercado internacional foi sentido, com a exportação totalizando uma queda de 13% em comparação com o ano anterior.
Atualmente, a União Europeia e outros 20 países mantêm bloqueios em todo o território brasileiro, enquanto 19 outros restringem compras apenas do Rio Grande do Sul. Alguns países, como a Arábia Saudita e o México, continuam observando a situação antes de fazer quaisquer alterações em suas políticas comerciais.
Com as autoridades brasileiras intensificando seus esforços para garantir a segurança sanitária e promover a resiliência do setor, países que restringiram suas compras de frango brasileiro, gradativamente, poderão relaxar suas restrições à medida que novos dados reforçam a segurança das operações avícolas no Brasil.
Diante dessa complexa situação, o ministro Carlos Fávaro já expressou otimismo em relação ao futuro próximo, esperando que o mercado de exportação retorne à normalidade em breve. Isso significaria uma recuperação econômica significativa não só para o setor avícola, mas também para a economia brasileira como um todo.
A prevenção de novos casos de gripe aviária continua no cerne das estratégias governamentais, destacando a importância do monitoramento e da aplicação de práticas sanitárias rigorosas. Enquanto isso, o consumidor pode ter certeza de que a carne de frango no Brasil é segura, já que a gripe aviária não se propaga pelo consumo de carne de aves e ovos, reiteram os especialistas.
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