Anac Cassa Certificado de Operação da Voepass Após Maior Tragédia Aérea em 17 Anos

Na mais recente reviravolta envolvendo a aviação brasileira, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) decidiu pela cassação definitiva do Certificado de Operador Aéreo (COA) da Voepass. Tal decisão ocorre na sequência de uma terrível tragédia que mexeu profundamente com o país: o acidente aéreo ocorrido em 9 de agosto de 2024, que tirou a vida de 62 pessoas em Vinhedo, São Paulo. Sob a sombra dessa catástrofe, a Voepass enfrentou uma enxurrada de críticas e investigações, revelando falhas gritantes em suas operações de manutenção. Durante a reunião que selou o destino da Voepass, a Anac trouxe à luz números alarmantes: cerca de 2.687 voos foram realizados com aeronaves sem a devida manutenção. A gravidade da situação desencadeou uma série de ações por parte da Anac, que decidiu suspender todas as operações da companhia, interrompendo o serviço aéreo que antes atendia 16 destinos. A Anac havia previamente suspendido as atividades da empresa devido às falhas flagrantes em segurança, obrigando a Latam a intervir e oferecer alternativas de viagem aos passageiros afetados. Com a recente cassação, a Voepass se vê impossibilitada de recorrer, selando, assim, um capítulo sombrio em sua trajetória. As falhas identificadas não foram pequenas. Sob a relatoria do diretor Luiz Ricardo Nascimento, a Anac destacou um padrão persistente de desobediência aos protocolos operacionais. Foram registrados 20 casos de inspeções obrigatórias ignoradas em um conjunto de sete aeronaves da Voepass, entre agosto de 2024 e março de 2025. A ausência dessas inspeções criou um cenário perigoso, permitindo que 2.687 voos ocorressem em condições inaceitáveis, expondo centenas de passageiros a riscos desnecessários. Para as famílias das vítimas do acidente, a notícia da cassação trouxe um misto de alívio e indignação. "É tarde demais para os nossos", relataram alguns. O Ministério dos Portos e Aeroportos, em nota, reforçou o compromisso da Anac com a segurança do serviço aéreo, uma prioridade vital em meio a este contexto turbulento. Desde que a notícia da cassação estourou, reflexos foram sentidos não apenas nos céus, mas também em operações terrestres. Ribeirão Preto, cidade que serve de sede para a Voepass, testemunhou uma brusca interrupção nas atividades aéreas locais. A Voepass, que realizava 146 voos mensais no Aeroporto Dr. Leite Lopes para aproximadamente 15 mil passageiros, agora encara a realidade de um terminal em silêncio. Entretanto, nem tudo está perdido para a companhia. Em meio ao caos, a Anac decidiu manter os slots da Voepass nos movimentados aeroportos de Guarulhos e Congonhas, uma decisão peculiar que pode afetar o futuro da companhia. Apesar disso, a empresa ainda deverá cumprir rigorosos critérios de regularidade, sob o risco de perder esses valiosos espaços de pouso e decolagem. É importante destacar que a cassação do COA emerge de um período prolongado de fiscalização. Iniciada após a tragédia em Vinhedo, esta auditoria revelou problemas profundos que a empresa não conseguiu resolver, mesmo anunciando uma reestruturação financeira. Neste cenário, o Tribunal de Justiça de São Paulo decidiu suspender a obrigatoriedade da Latam em pagar R$ 34,7 milhões à Voepass, uma quantia resultante de um acordo de venda de passagens que está sendo discutido em arbitragem. A trama que envolve a Voepass é complexa e possui raízes profundas. Sendo uma antiga companhia regional, anteriormente conhecida como Passaredo Linhas Aéreas, a Voepass agora encara um futuro incerto a partir de sua sede em Ribeirão Preto. O impacto do caso pode reverberar em toda a aviação nacional, refletindo em possíveis aumentos no preço das passagens e ajustes no mercado aéreo regional. Diante de um cenário tão grave, os olhos do Brasil estão voltados para os próximos passos da Anac, da Voepass, e do setor de aviação como um todo. O que está em jogo não é apenas o futuro de uma companhia aérea, mas a confiança dos passageiros na segurança dos voos. Os desafios são grandes, mas a lição aprendida deve ser transformada em pontes para um transporte aéreo mais seguro e eficiente. Compartilhe seus pensamentos nos comentários ou continue navegando em nosso site para mais atualizações sobre este e outros temas do setor aéreo.