Fim das Negociações: Gol e Azul Cancelam Fusão e Parceria de Codeshare

As negociações de fusão entre as companhias aéreas Gol e Azul e o codeshare entre elas chegaram a um impasse definitivo. Recentemente, o Grupo Abra, controlador da Gol, enviou uma notificação à Azul anunciando o fim das tratativas para uma potencial combinação de negócios. Essa decisão foi comunicada na última quinta-feira, 25, e tem como base a falta de progresso significativo nos diálogos, desde a assinatura do Memorando de Entendimentos em janeiro de 2025.
O codeshare, que havia sido estabelecido entre as duas empresas em maio do ano anterior, também será descontinuado. Este acordo permitia a venda de passagens cruzadas e a interconexão de rotas, proporcionando aos passageiros o acúmulo de pontos nos programas de fidelidade de ambas as companhias, o Azul Fidelidade e o Smiles.
O Grupo Abra justificou a decisão com a mudança de cenário desde o acordo inicial e o processo de recuperação judicial da Azul nos Estados Unidos, conhecido como Chapter 11. Destacaram ainda o compromisso com a confidencialidade ao expressar oficialmente à Azul o encerramento das discussões acerca do potencial negócio.
Apesar do encerramento das negociações, o Grupo Abra reafirma sua crença na importância de uma fusão entre Azul e Gol, e se declara pronto para voltar a negociar quando houver disposição das partes interessadas.
O Ministério de Portos e Aeroportos reiterou o crescimento do setor aéreo no Brasil, enfatizando o aumento da demanda por voos nacionais e internacionais. Após concluir sua reestruturação pelo Chapter 11, a Gol continua ampliando suas operações com 147 rotas domésticas e 42 internacionais. Enquanto isso, a Azul também se encontra em fase de reorganização, e o mercado deverá contar com três grandes companhias: Gol, Azul e Latam, o que mantém a competitividade e oferece mais opções aos passageiros.
A descontinuação do codeshare entre Gol e Azul, solicitada pelo Grupo Abra em resposta ao cenário atual, ocorre junto com o compromisso de honrar bilhetes já vendidos com base no acordo. A decisão do Tribunal do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) também impacta essa parceria, pois havia determinado que os acordos deveriam ser notificados ao órgão em até 30 dias. Sem a notificação, o pacto seria automaticamente suspenso, exceto para passagens já emitidas.
O relator do caso no Cade, conselheiro Carlos Jacques, destacou que acordos de codeshare precisam passar pela análise antitruste, considerando aspectos como participação de companhias nacionais, sobreposição de rotas e efeitos equivalentes a fusões.
As implicações do fim dessas negociações e do codeshare podem ser significativas para o mercado de aviação brasileiro. A ausência de uma fusão pode manter os preços das passagens em um nível competitivo, já que mais opções de escolha permanecem disponíveis para os consumidores. O futuro poderá trazer novas transações ou estratégias de consolidação no setor, mas, por enquanto, a Gol e a Azul continuarão seus caminhos de forma independente.
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