Gleisi Hoffmann Intensifica Articulação Política com Centrão em Busca de Apoio ao Governo

A ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, está promovendo uma movimentação estratégica crucial para o fortalecimento das relações entre o governo federal e o Congresso Nacional. Nesta semana, ela conduz uma série de reuniões significativas com o presidente da Câmara, Hugo Motta, e líderes de partidos do Centrão e da base governista. Com encontros agendados com representantes do MDB, PSD e Podemos, além de conversas com dirigentes do PP, União Brasil e Republicanos, o foco é crucial: consolidar o apoio ao governo e reestruturar a articulação política na reta final do ano.
Com um cenário de desafios políticos, Gleisi busca determinar quantos votos o governo pode contar até o fim do ano e além, para aprovar projetos econômicos cruciais e traçar estratégias políticas para 2026. Essa análise é vital para priorizar projetos que exigem maioria parlamentar, como os que garantem a estabilidade econômica e o avanço de reformas necessárias.
A reestruturação das alianças surge em meio a críticas ao governo federal por parte de partidos aliados, especialmente após a demissão de indicados do Centrão de cargos estratégicos no governo, uma resposta à derrota política recente sofrida com a não-aprovação da MP 1303. Essa medida teria alterado a cobrança do IOF, mas sua derrubada levou a um esfriamento das relações políticas, culminando em uma reavaliação de cargos pelo Palácio do Planalto.
A nova rodada de diálogos de Gleisi busca, portanto, não apenas reforçar laços, mas potencialmente rever demissões, redistribuir cargos e garantir compromissos de apoio em votações-chave. Parlamentares como o líder do PP, Dr. Luizinho, o ministro dos Esportes, André Fufuca, e líderes do União Brasil e Republicanos já manifestaram a intenção de preservar posições no governo em troca de apoio a projetos do Planalto.
Nos bastidores, o governo avalia que a estratégia de demissões já apresenta uma reaproximação de deputados previamente dissidentes, que agora buscam restabelecer diálogo alegando arrependimento. O retorno do Progressistas à mesa de negociação, por exemplo, destaca essa crescente reconciliação, com o ministro André Fufuca permanecendo no cargo apesar de rumores de afastamento.
O presidente da Câmara, Hugo Motta, persiste em alertar sobre a necessidade de melhoria na articulação política por parte do Planalto. Ele critica o governo por precisar reforçar esses laços para destravar votações, particularmente do Orçamento de 2026. Ainda assim, Motta promete seguir adiante com discussões cruciais, como o projeto de corte de gastos e a liberação de emendas parlamentares, para angariar apoio viciante entre os deputados.
Já foi definido um plano para retomar a MP que aumenta a arrecadação por meio de tributações e reorganizações fiscais, que serão reintroduzidos através de projetos de lei separados e uma nova medida provisória. Esses projetos enfocam a arrecadação através da tributação de apostas esportivas, fintechs e regulamentação de juros sobre capital próprio — tema que, embora polêmico, reflete as apostas do governo na busca de um cenário fiscal mais robusto.
Este movimento é um claro ajuste dos métodos de articulação política do Palácio do Planalto sob a liderança da ministra Gleisi Hoffmann para garantir a estabilidade e o apoio incondicional da base aliada nos próximos passos da agenda de governo.