Tarcísio de Freitas Evita Rótulo de Golpista em Ato Bolsonarista na Paulista

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, encontra-se em uma posição delicada ao participar de um ato em apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro, que acontecerá na Avenida Paulista. Tarcísio confirmou presença, mas sua mensagem central será de 'pacificação'. Este ato, marcado para o dia 29, acontece em um contexto de pressão, já que o futuro de Bolsonaro está atrelado a um julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF), uma situação que o torna inelegível para a próxima eleição presidencial.
No cenário atual, o governador Tarcísio é visto como um dos principais substitutos naturais de Bolsonaro para a corrida presidencial de 2026, mas ele navega com cautela para evitar ser associado a posições golpistas. De acordo com a professora Isabela Kalil, da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo, Tarcísio deseja participar do mínimo necessário em eventos relacionados ao bolsonarismo, precisamente para evitar o estigma de ser antidemocrático ou contrário ao STF.
Tarcísio já fez movimentos significativos para garantir uma imagem de diálogo e relacionamento republicano, como visitar o STF para discussões sobre políticas de segurança pública. Isso demonstra um esforço consciente para equilibrar suas alianças políticas sem comprometer sua imagem pública.
O ato recebe outros políticos com diferentes níveis de alinhamento ao bolsonarismo. Gilberto Kassab, do PSD, também estará presente, integrado ao governo de São Paulo ao lado de Tarcísio. Kassab tem uma forte presença política, tendo conquistado várias prefeituras na última eleição.
Além de questões de justiça associadas ao ato, o movimento é visto também como uma tentativa de captura dos votos bolsonaristas, sem assumir as conotações golpistas do evento. Apesar do discurso em torno da justiça e da anistia, a motivação é vista como mais voltada à autopreservação política. Os atores envolvidos parecem concentram-se mais em proteger suas imagens do que em se preocupar com as pessoas comuns envolvidas nos eventos de 8 de janeiro.
A professora Kalil enfatiza que o cálculo eleitoral está evidente, mas os políticos estão cientes da dificuldade de evitar o rótulo de golpista quando participam de eventos com tais características. Em última análise, a capacidade de Tarcísio e outros políticos de se dissociarem de tais conotações pode impactar significativamente suas ambições futuras.