Tensão em Brasília: Segurança Reforçada na Esplanada após Prisão de Bolsonaro

Na noite de segunda-feira, Brasília se tornou o epicentro de uma nova onda de tensão política, envolvendo forças policiais e apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro. A Polícia Militar do Distrito Federal reforçou a segurança e fechou o acesso à icônica Esplanada dos Ministérios e à Praça dos Três Poderes, em resposta à decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou a prisão domiciliar de Bolsonaro.
Essa medida foi precipitada após o que pode ser descrito como um chamado em massa dos apoiadores do ex-presidente para um protesto denominado 'buzinaço', em clara demonstração de descontentamento com a decisão judicial. O objetivo do bloqueio foi garantir que os manifestantes não alcançassem a Praça dos Três Poderes, onde o STF está localizado.
No dia anterior, durante uma noite agitada, o deputado federal Hélio Lopes, conhecido aliado de Bolsonaro, foi forçado a desmantelar um acampamento que havia erguido na Praça dos Três Poderes, como parte de uma greve de silêncio, por ordem de Moraes. O ministro do STF foi além, assinando um complemento da decisão que proíbe a criação de novos acampamentos dentro de um quilômetro da Praça dos Três Poderes, Esplanada dos Ministérios, e até mesmo dos quartéis das Forças Armadas, citando a necessidade de evitar episódios semelhantes ao polêmico 8 de Janeiro.
Apesar do fechamento da Esplanada, a manifestação não foi totalmente calada. Na mesma noite, uma carreata organizada por apoiadores de Bolsonaro, composta por diversos carros e motos, tomou as ruas, sendo escoltada por uma viatura da Polícia Militar. Aos gritos de "Fora, Xandão" e "Fora, Moraes", a caravana dirigiu-se ao condomínio onde o ex-presidente reside. Essa demonstração sublinha o descontentamento latente entre os simpatizantes de Bolsonaro, que se manifestam contra o que consideram um ato “arbitrário” por parte do STF.
O deputado Zé Trovão, em entrevista ao Estadão, verbalizou a revolta de muitos, clamando que a decisão de Moraes foi mais uma de uma série de atos “arbitrários”. Ele acusou o ministro de tentar “tocar fogo no País” e “destruir a democracia brasileira”, apelando para que o povo fecharia o país em protesto. Quando questionado sobre a rota da carreata, declarou que o objetivo era chegar à frente do condomínio do presidente.
Esta série de eventos sinaliza um capítulo tumultuado na política brasileira, onde as tensões continuam a subir em Brasília. A proteção das instituições e a manifestação dos cidadãos encontram-se num intrincado jogo de equilíbrio de poderes, testando os limites da democracia em tempos incertos.