Aumento de Imposto Impulsiona Mercado de Carros Elétricos: Entenda os Desafios e Oportunidades

O cenário automobilístico brasileiro sofre um grande impacto com a recente decisão do governo federal de elevar o imposto de importação para veículos elétricos e híbridos, uma medida que promete mudar radicalmente o mercado. A partir desta terça-feira, os carros elétricos e híbridos que cruzarem as fronteiras brasileiras devem pagar alíquotas de 25% a 30%, de acordo com o cronograma aprovado pelo Comitê Executivo de Gestão (Gecex) da Câmara de Comércio Exterior (Camex).
Inicialmente estipulados em 18% para elétricos, 25% para híbridos e 20% para híbridos plug-in, esses impostos visam estimular a competitividade dos modelos produzidos nacionalmente. Um exemplo prático dessa mudança pode ser visto no preço de um híbrido plug-in, que antes custava R$ 240.000 e agora poderá ser comercializado por R$ 256.000 devido à nova alíquota de 28%. Contudo, os fabricantes têm a opção de não repassar esse aumento aos consumidores, dependendo de suas estratégias de vendas.
A estratégia do governo é clara: tornar os modelos nacionais mais atraentes. Mas o impacto no consumidor e na economia ainda é uma incógnita. Com a nova alíquota chegando a 35% até 2026, a indústria automobilística enfrenta desafios significativos para se adaptar a esse novo cenário.
De acordo com dados da Associação Brasileira das Empresas Importadoras e Fabricantes de Veículos Automotores (Abeifa), entre janeiro e maio de 2025, 186.181 veículos importados foram emplacados no Brasil. Desses, 92.743 são eletrificados, tornando-os quase metade do total importado. Com um aumento de 19,3% em relação ao mesmo período de 2024, os veículos eletrificados representam agora 9,98% do mercado brasileiro.
No entanto, existe uma pressão crescente das montadoras com fábricas no Brasil pela antecipação das alíquotas de 35% para eletrificados, originalmente agendada para julho de 2026. A Abeifa, porém, defende a manutenção dos prazos atuais, apontando a previsibilidade das políticas de importação para as empresas do setor. Marcelo Godoy, presidente da Abeifa, enfatiza que o planejamento das importadoras tem sido baseado nessas alíquotas escalonadas desde 2024.
Enquanto isso, a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) expressa preocupação com o aumento das importações de veículos eletrificados, destacando o impacto nocivo para a indústria nacional. Igor Calvet, presidente da Anfavea, criticou o aumento das importações e o impacto nas vendas domésticas, ao mesmo tempo em que marcas estrangeiras adiam investimentos em produção local.
A produção nacional surge como alternativa para driblar os altos impostos de importação. Montadoras como BYD e GWM já possuem instalações no Brasil, representando conjuntamente 55,9% do mercado de carros eletrificados. A BYD, que adquiriu a fábrica da Ford em Camaçari, deve iniciar a produção local em breve. A GWM planeja começar a pré-produção em sua unidade em Iracemápolis ainda este ano. Outras empresas, como a Caoa Chery e a Geely, também estão investindo na produção nacional como forma de enfrentar os desafios fiscais.
O futuro do mercado brasileiro de veículos elétricos e híbridos está, portanto, em um momento de transição crítica. A elevação do imposto pode incentivar a produção local e aumentar a competitividade, mas também coloca pressão sobre consumidores e a indústria de varejo. O caminho adiante requer um delicado equilíbrio de interesses entre empresas, governo e consumidores.
Aguarda-se como esse novo cenário fiscal impulsionará a indústria automobilística brasileira e as oportunidades que emergirão dessa transformação. Compartilhe sua opinião conosco nos comentários e fique atento às novidades do setor automobilístico aqui em nosso site!