Crise na Exportação de Frango do Brasil: Suspensão Global Mesmo sem Risco ao Consumo
A recente suspensão da compra de frango brasileiro por vários países devido à detecção de gripe aviária em granjas comerciais está gerando debates e preocupações. Entre as nações que pararam temporariamente as importações estão Uruguai, Chile e México, após a confirmação do primeiro caso no Brasil em Montenegro, no Rio Grande do Sul. Esta decisão também afeta importantes mercados consumidores como China, União Europeia e Japão, revelando a vulnerabilidade do setor avícola nacional, conforme as informações sempre atualizadas do portal g1.
O Ministério da Agricultura do Brasil tranquiliza afirmando que o consumo de carne de frango não representa perigo à saúde humana. O ministro Carlos Fávaro enfatiza que a preocupação maior reside na possível contaminação sanitária dos plantéis comerciais e não no risco à saúde pública. "Você exportar uma carne contaminada com aquele vírus e ele contaminar os plantéis comerciais é o principal problema", destacou Fávaro.
É importante lembrar que o Brasil se destaca como o maior exportador mundial de frango, com potências como os Emirados Árabes e Japão entre seus principais compradores, de acordo com a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). Essa posição dominante no mercado global faz com que qualquer recessão em suas exportações tenha repercussões significativas na economia do país e no valor de mercado dos produtos avícolas.
Especialistas indicam que as suspensões de importação são regidas por acordos internacionais que prevêem bloqueios automáticos diante de surtos de doenças nas granjas. Conforme explicou o secretário-adjunto de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, Marcel Moreira, esses bloqueios podem ser de âmbito nacional ou regional, como é o caso com o Japão, onde as suspensões ocorrem de forma municipal.
Além dos desafios de exportação, a repercussão no mercado interno poderá ser percebida no preço do frango no Brasil, que poderá diminuir devido à maior oferta local. Contudo, a rápida implementação de medidas de contenção, como instalações de barreiras de desinfecção em Montenegro, busca evitar a propagação da doença e restabelecer a confiança dos mercados internacionais.
Um possível cenário futuro envolve a conclusão do período de 28 dias após a desinfecção da granja afetada sem novos casos, permitindo ao Brasil se autodeclarar livre da gripe aviária e negociar a reabertura de mercados. Isto segue as normas da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA).
Ademais, o episódio brasileiro insere-se em um contexto global onde surtos de gripe aviária afetam vários países, como os Estados Unidos, que tiveram de sacrificar milhões de aves e recorreram a importações de ovos do Brasil para suprir a demanda interna. Isso ressalta a importância de estratégias globais coordenadas para controle e prevenção de doenças contagiosas no setor avícola.
A emergência zoossanitária no Brasil foi declarada em 2023 como uma medida de precaução diante da chegada do vírus H5N1 através de aves migratórias. Com a constatação de que a propagação até as granjas comerciais era inevitável, o governo brasileiro revisou diversos protocolos sanitários para melhorar sua resposta a tais crises.
Em síntese, enquanto a suspensão das importações gera curto-circuitos imediatos no comércio internacional de frango, ela também reforça a necessidade vital de políticas preventivas robustas e comunicação clara para manutenção da confiança nos mercados globais de alimentos. Este incidente destaca a complexidade das cadeias de suprimentos e a importância de aderência a protocolos de segurança alimentar para prevenir crises econômicas muito maiores.
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