Evento PMU 2025: Como Empreendedorismo Feminino Transforma Periferias Brasileiras

Nos dias 8 e 9 de julho de 2025, São Paulo será o palco da edição de 2025 do promissor evento PMU – A Favela Venceu. Com a participação de líderes comunitários, especialistas e empreendedores, o encontro promete ser um marco no debate sobre o impacto do empreendedorismo nas periferias do Brasil. Um dos momentos mais aguardados é a palestra de Ruth Kaeski, fundadora do respeitado projeto 'Ela Empreende', que se destaca por oferecer mentorias gratuitas e valiosas a mulheres de comunidades carentes no Brasil.
Ruth Kaeski abordará questões cruciais, como os bloqueios emocionais que frequentemente limitam o crescimento de negócios liderados por mulheres nas comunidades. Tais bloqueios incluem a baixa autoestima, o medo do julgamento social e a conhecida síndrome da impostora. Ruth sublinha que esses obstáculos emocionais precisam ser tratados com a mesma seriedade que os aspectos técnicos do empreendimento. 'Não adianta falar de gestão sem falar da mulher por trás do CNPJ. Muitas travas estão no campo emocional, e isso também precisa ser cuidado', afirma Ruth, ressaltando a importância de estratégias que contemplem o desenvolvimento pessoal.
Mulheres Dominam o Empreendedorismo, Mas Enfrentam Barreiras
Estudos do Data Favela revelam que cerca de 60% dos negócios em comunidades são liderados por mulheres. A maioria dessas empreendedoras é negra, tem entre 30 e 45 anos e muitas vezes enfrenta a realidade desafiadora de ser mãe solo. Apesar de serem o pilar da economia local, essas mulheres lidam com inúmeras barreiras. Apenas 37% dos negócios das comunidades estão formalizados, e 55% das mulheres empreendedoras apontam a falta de recursos financeiros como um grande obstáculo ao crescimento.
Além das dificuldades financeiras, há uma carga emocional associada à jornada dupla ou tripla de trabalho, somada à falta de apoio estrutural e emocional. As mulheres são obrigadas a superar não apenas problemas ligados a capital e formalização, mas também a sobrecarga de responsabilidades.
Capacitação Vai Além de Conhecimento Técnico
Durante o evento, Ruth Kaeski reitera a importância do autodesenvolvimento como ferramenta de capacitação. Seu programa social, 'Ela Empreende', entrega rodas de conversa e conteúdos práticos focados na realidade vivida pelas mulheres das favelas. Ao término da mentoria, as participantes recebem uma certificação, algo que expande sua visibilidade no mercado e abre novas portas.
Um exemplo do impacto poderoso do programa é Fabiana Marques, empreendedora no setor financeiro que passou por essa transformação. 'A maior trava estava dentro de mim. Quando mudei a minha mentalidade, passei a ver oportunidades onde antes só via limites', compartilha Fabiana. Amanda Ribeiro, outra participante da mentoria, também relata sua evolução pessoal. 'Hoje sei que posso escrever minha própria história', afirma com confiança.
Empreender Como Caminho para o Protagonismo
Charlene Passos, CEO do PMU – A Favela Venceu, acredita que dar visibilidade ao empreendedorismo feminino é reconhecer o papel vital das mulheres que sustentam suas casas e a economia local. 'O projeto conecta essas mulheres a oportunidades reais, ampliando o acesso e a voz nas periferias. Tudo isso auxilia a construir caminhos mais justos e potentes pro protagonismo feminino', destaca Charlene.
Para Rubens Gaturamo, psicólogo conhecido no campo, a mudança na mentalidade dessas mulheres é crucial. Ele observa que muitas crenças limitantes são formadas ainda na infância, o que dificulta o reconhecimento pessoal de merecimento e capacidade. 'Mesmo com oportunidades, muitas não se sentem merecedoras. Por isso, é fundamental trabalhar a reconstrução da autoestima', explica.
Ruth Kaeski reforça que o objetivo do programa 'Ela Empreende' vai além do técnico. 'Quando uma mulher empreendedora é ouvida, apoiada e reconhecida, ela transforma sua comunidade. É isso que queremos multiplicar', conclui com esperança.
Um Olhar para o Futuro do Empreendedorismo Feminino
O evento PMU – A Favela Venceu não apenas celebra as conquistas já realizadas, mas também projeta um futuro em que o empreendedorismo feminino nas comunidades é valorizado e apoiado. O programa de Ruth Kaeski é uma ponta de lança nesta transformação, provendo ferramentas e criando conexões que abrem novas perspectivas para as mulheres.
Além das ondas positivas deste desenvolvimento, espera-se que surjam novas políticas públicas e iniciativas do setor privado para apoiar essas empreendedoras, reconhecendo seu valor indelével à sociedade. A sustentabilidade desse crescimento passa pela conjugação de esforços em todas as esferas sociais, sendo crucial que o ecossistema acolha e impulsione essas mudanças.
Concluindo, o PMU 2025 é mais do que um evento, é uma plataforma de mensagem clara: mulheres têm um papel fundamental na economia das periferias e são uma força transformadora. Elas merecem ser vistas, ouvidas e apoiadas. Incentivamos você a acompanhar as novidades em torno desse e de outros eventos empoderadores em nosso site, e claro, sentimos incentivado a partilhar suas opiniões e histórias relevantes nos comentários abaixo.