Família Confunde Planta Tóxica com Couve e Sofre Intoxicação em Patrocínio

Recentemente em Patrocínio, um incidente alarmante trouxe preocupação e atenção para a região do Alto Paranaíba: uma família foi hospitalizada após consumir a planta tóxica Nicotiana glauca, popularmente conhecida como 'falsa couve'. A confusão com o vegetal comum transformou um almoço familiar em um pesadelo, levando três pessoas a enfrentarem sérios problemas de saúde.
A notícia foi divulgada pela secretária de Saúde do município, Luciana Rocha, e revelou atualizações preocupantes sobre o estado das vítimas. Um idoso de 64 anos, inicialmente em coma, apresentou melhora após extubação. Em contrapartida, uma mulher de 37 anos encontra-se em estado crítico, sofrendo uma lesão cerebral grave, enquanto um homem de 60 anos permanece sedado e dependente de aparelhos para suporte respiratório. A situação destes pacientes demonstra o impacto severo que o consumo acidental da planta pode causar.
O episódio ocorreu em uma chácara, onde a 'falsa couve' foi colhida e preparada como parte da refeição. O erro aconteceu devido à semelhança da Nicotiana glauca com a couve verdadeira, apesar das características distintas desta planta tóxica: folhas finas, textura aveludada e coloração verde-acinzentada. É um alerta crucial para a importância de conhecer bem as plantas antes de consumi-las, principalmente quando colhidas em ambientes desconhecidos.
A intoxicação se tornou alvo de uma investigação conduzida pela Polícia Civil, que trabalha na hipótese de envenenamento acidental. A planta foi identificada na arcada dentária de uma das vítimas e encaminhada para análise técnica na Fundação Ezequiel Dias (Funed), em Belo Horizonte, buscando entender a toxicidade e seus efeitos sobre os pacientes.
A especialista em química de produtos naturais, professora Amanda Danuello, oferece insumos valiosos sobre a questão. Ela destaca que, além das características visuais, a Nicotiana glauca contém anabazina, uma toxina poderosa capaz de induzir paralisia muscular e respiratória. O preparo, seja cru ou cozido, influencia decisivamente na gravidade da intoxicação, pois altera a quantidade de toxina absorvida pelo corpo.
Embora a situação dos intoxicados seja grave, este incidente gera uma oportunidade de reflexão e aprendizado sobre o contato e o consumo seguro de plantas na alimentação. A professora Danuello salienta que, diante da ausência de antídotos caseiros, a ação mais eficaz em casos de intoxicação é buscar atendimento médico imediato, aumentando as chances de evitar complicações maiores.
Os desdobramentos desta história ainda aguardam o desenrolar de investigações e atualizações médicas, com a esperança de que os envolvidos encontrem recuperação e conscientização. Este caso ressalta a importância de informar e educar a população sobre os riscos das plantas silvestres e os cuidados necessários no trato com a natureza. Compartilhe essa história para alertar e proteger amigos e familiares dos perigos ocultos na flora ao nosso redor!