Governo Aumenta Imposto de Importação para Carros Elétricos e Híbridos, Afetando Mercado Nacional

Governo Aumenta Imposto de Importação para Carros Elétricos e Híbridos, Afetando Mercado Nacional

O mercado de carros elétricos e híbridos no Brasil enfrenta um novo desafio a partir desta terça-feira (1º), com o governo federal aumentando o imposto de importação dessas categorias de veículos. Essa medida faz parte de um cronograma gradual aprovada pelo Comitê Executivo de Gestão (Gecex) da Câmara de Comércio Exterior (Camex) em novembro de 2023. As alíquotas, que serão elevadas de 25% a 30%, visam tornar os modelos produzidos no Brasil mais competitivos e atrativos em relação aos importados.

O incremento do imposto sobre veículos importados é uma estratégia clara do governo para fomentar a indústria automotiva nacional, esperando que, com o tempo, os consumidores optem por veículos de fabricação local. Essa decisão é vista, por algumas montadoras com produção no Brasil, como um passo necessário para reenergizar o mercado interno de automóveis. Ademais, há previsões para mais um aumento da alíquota em julho de 2026, quando será fixada em 35% para todos os veículos eletrificados.

A Associação Brasileira das Empresas Importadoras e Fabricantes de Veículos Automotores (Abeifa) expressou sua posição sobre o cronograma de aumento, manifestando uma clara oposição a qualquer tentativa de antecipar esse ajuste de 35%. "O aumento escalonado, iniciado em janeiro de 2024, foi absorvido pelas empresas importadoras, que se programaram. Recusamos mudanças radicais como a antecipação dessa alíquota", afirmou Marcelo Godoy, presidente da Abeifa.

Entretanto, a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) expressou preocupações sobre o crescente fluxo de importações que tem impactado as vendas dos produtos nacionais, especialmente no varejo. Igor Calvet, presidente da Anfavea, destacou a pressão que as altas importações têm colocado sobre o setor, inclusive afetando futuros planos de produção local.

Nos primeiros cinco meses de 2025, foram registrados 187 mil emplacamentos de veículos importados, um aumento de 19,3% em comparação ao mesmo período de 2024, quando as importações totalizaram 156 mil unidades. Esse aumento exponencial reforça o contexto em que a nova política de alíquota se insere.

Para contornar essa situação, algumas montadoras estrangeiras apostaram na instalação de fábricas no Brasil. Marcas como BYD e GWM já têm unidades no país. Elas dominam 55,9% do mercado de carros eletrificados no Brasil, segundo a Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE). A BYD, por exemplo, adquiriu as instalações da antiga fábrica da Ford em Camaçari, Bahia, mas não divulgou quando começará a produção nacional. Esse atraso se deve, em parte, a denúncias de más condições de trabalho de funcionários chineses e à necessidade de contratar novas empresas para dar continuidade às obras.

Já a GWM, estabelecida em Iracemápolis, São Paulo, aguarda o início da pré-produção marcado “ainda em julho.” A Caoa Chery também investe na produção local, usando fábricas em Anápolis, Goiás, e em breve, em Jacareí, São Paulo.

Além disso, a GAC Motors e a Geely estudam abrir fábricas no Brasil. A GAC negocia uma unidade em Catalão, Goiás, enquanto a Geely, que recentemente importou o SUV elétrico EX5 via Paranaguá, Paraná, planeja uma instalação em parceria com a Renault em São José dos Pinhais, Paraná.

Esta nova era de tarifas elevadas pode significar desafios e oportunidades para o mercado automotivo no Brasil. As estratégias que as montadoras decidirão adotar nos próximos anos definirão a direção que o mercado tomará. Espera-se que as montadoras e o governo trabalhem juntos para criar um ambiente que favoreça tanto a produção local quanto um mercado competitivo e saudável.

Que impacto você acredita que essa mudança de imposto terá no mercado automotivo brasileiro? Deixe seus pensamentos nos comentários e continue seguindo nosso site para mais atualizações!

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