Lula Estanca Queda em Popularidade: Surpreendente Revés Ameaça Apetite do Mercado

A trajetória de queda na popularidade do governo Lula, observada desde o final do ano passado, parece ter encontrado um ponto de virada. Graças aos recentes esforços do governo, a avaliação positiva começou a mostrar sinais de recuperação. Dados divulgados pela mais recente pesquisa do Instituto Datafolha revelam que a gestão de Lula viu um modesto aumento na aprovação, interrompendo a crescente rejeição. No entanto, essa mudança está longe de tranquilizar o mercado financeiro. Segundo o levantamento do Datafolha, o índice de aprovação ao governo subiu de 24% em fevereiro para 29% na pesquisa mais recente. Apesar desse avanço, a quantia de brasileiros que avalia sua administração como ruim ou péssima ainda supera, embora tenha diminuído de 41% para 38%. Já os que classificam o desempenho do governo como regular mantêm estáveis em 32%. Embora a maioria dos brasileiros ainda tenha percepções negativas sobre a administração de Lula, os números atuais sugerem que as estratégias políticas para reverter esse quadro começam a surtir efeito. Os investidores, no entanto, veem com cautela esse cenário, principalmente pela pressão sobre o equilíbrio das contas públicas, uma preocupação recorrente do mercado. Em comparação com edições passadas dessa pesquisa, a popularidade de Lula atingiu uma de suas melhores marcas desde a terceira passagem do petista pelo Planalto. O panorama econômico e financeiro vinha sendo impactado, especialmente pelo sentimento dos investidores em relação às eleições presidenciais de 2026. Há uma leitura geral de que uma baixa popularidade pode abrir oportunidades para adversários políticos que promovam uma agenda mais simpática aos interesses dos negócios ou estimulando o governo a uma virada fiscal. Há um ano, investidores têm demonstrado descontentamento após depositarem confiança no governo, especialmente no que tange ao arcabouço fiscal e aos frequentes conflitos entre a ala econômica e a política. A grande preocupação reside na intensificação das medidas populistas, que podem gerar um descompasso nas finanças nacionais, aumentando ainda mais a pressão sobre a dívida pública. A atual melhoria nas pesquisas de opinião está intrinsecamente ligada aos esforços administrativos, notavelmente desde o final do último ano fiscal, que se tornaram ainda mais proeminentes nos primeiros meses deste ano. Entre as ações mais destacadas, incluem-se a proposta de ampliar a faixa de isenção do Imposto de Renda para rendas de até R$ 5 mil por mês, ainda em tramitação no Congresso; a implementação de uma nova linha de crédito consignado para trabalhadores com carteira assinada; e o programa de crédito para reformas domésticas, que recebeu menção nos discursos de Lula. Além das medidas políticas, o governo intensificou suas ações de comunicação. Com a troca de Paulo Pimenta por Sidônio Palmeira na chefia da Secretaria de Comunicação Social, o governo passou a dar maior foco à divulgação de suas iniciativas, resultando em coletivas de apresentação mais frequentes e um reforço dos esforços comunicacionais. Outro fator que coincidiu com essa recuperação foi a mudança do cenário internacional, destacando-se as ações de Donald Trump nos EUA que afetaram a economia global, levando a um redirecionamento de capital para mercados emergentes. Este movimento impactou as taxas de câmbio, com o dólar sendo cotado a R$ 5,60, gerando algum alívio em meio ao governo e ao setor financeiro. Contudo, o sentimento de otimismo enfrentou uma reviravolta quando novos desafios se apresentaram. A pesquisa do Datafolha foi realizada com 3.054 participantes de 16 anos ou mais em 172 municípios do Brasil, entre os dias 1 e 3 de abril. A margem de erro é de 2 pontos percentuais. Acompanhe as atualizações sobre este e outros temas importantes no nosso site!