Reestatização Revoluciona Transporte Ferroviário: South Western Railways Volta ao Controle do Estado

Reestatização Revoluciona Transporte Ferroviário: South Western Railways Volta ao Controle do Estado

O retorno da South Western Railways ao controle estatal marca um momento crucial na história ferroviária recente do Reino Unido. Neste domingo, 25 de julho de 2024, o governo britânico deu um importante passo ao reintegrar a operadora de trens aos domínios públicos. Este movimento é um marco do plano ambicioso do primeiro-ministro Keir Starmer e de sua administração trabalhista, que assumiram o poder com a promessa de reverter as privatizações dos anos 90.

"Hoje é um divisor de águas em nosso trabalho para devolver as ferrovias para o atendimento dos passageiros", destacou a secretária de Transportes, Heidi Alexander, em seu comunicado à imprensa. Exatamente às 1h59 da manhã, horário local, a South Western Railways passou a operar como uma entidade pública, embora o primeiro trajeto tenha sido um pouco irônico ao acontecer sob a direção de um ônibus devido a trabalhos de engenharia.

O Reino Unido, recordado por ter privatizado suas linhas ferroviárias durante o governo de John Major nos anos 90, tem enfrentado crescente insatisfação do público. Com cancelamentos frequentes, tarifas elevadas e confusão sobre passagens, as críticas à privatização intensificaram-se nos últimos anos. Os sindicatos, incluindo o Aslef, que têm travado várias greves, veem essa transição como uma vitória. "Todos no setor ferroviário sabem que a privatização não funcionou", afirmou Mick Whelan, líder sindical.

A legislação britânica recentemente facilitou a reestatização. Uma lei aprovada em novembro permite que as operadoras ferroviárias sejam novamente incorporadas ao sistema público à medida que seus contratos chegam ao fim – todas até 2027, no mais tardar. Antes disso, caso seus desempenhos sejam considerados insatisfatórios, a mudança pode ocorrer antecipadamente. Além da South Western, está previsto que operadoras como Southeastern e Eastern sejam nacionalizadas até 2025, sob a administração da nova entidade Great British Railways.

Este processo não é isolado. O Reino Unido já controlava parcialmente algumas operadoras devido a ineficiências, mas, até então, eram medidas temporárias. A secretária Alexander sublinhou a importância do esforço para unificar o sistema, prometendo o fim de "30 anos de fragmentação", embora enfatize que haverá um período de adaptação.

A reestatização é também uma promessa de economia. Com os custos de compensações aos operadores privados, o governo prevê uma economia de até 150 milhões de libras anualmente — soma significativa quando convertida para reais. Isso insere o modelo britânico em sintonia com seus vizinhos. Enquanto as ferrovias de Irlanda do Norte, Escócia e País de Gales já estão sob controle estatal, a Alemanha continua sendo um exemplo com sua Deutsche Bahn, estatal que gerencia a maioria dos trens e infraestrutura do país.

Esse movimento de volta ao controle estatal não só guarda esperanças de uma gestão mais eficiente e centrada no usuário, mas também promete trazer benefícios econômicos tangíveis. Será interessante observar como essa transição influenciará a experiência diária dos passageiros e a economia do país como um todo.

Com a reestatização iniciada, o futuro do transporte ferroviário no Reino Unido parece mais promissor, e tudo indica que esse é apenas o começo de uma transformação significativa. Compartilhe sua opinião nos comentários e acompanhe mais novidades sobre este e outros temas no nosso site!

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