Relatório da Fazenda de SP desafia a versão das ‘oportunidades’ de Tarcísio Freitas sobre tarifaço de Trump

Relatório da Fazenda de SP desafia a versão das ‘oportunidades’ de Tarcísio Freitas sobre tarifaço de Trump

Um quadro de incertezas e volatilidade econômica paira sobre o estado de São Paulo, confrontando a visão otimista do governador Tarcísio de Freitas sobre as repercussões do tarifaço do governo Trump. Um relatório preparado pela Secretaria Estadual da Fazenda, parte integrante do projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) enviado à Assembleia Legislativa, expõe um cenário internacional 'movediço'. O documento sugere que a arrecadação do ICMS, principal fonte tributária paulista, se encontra vulnerável devido ao enfraquecimento do comércio global.

De acordo com o relatório de riscos fiscais, a política tarifária dos Estados Unidos, que ganha destaque sob a gestão do ex-presidente Donald Trump, somada às guerras e tensões regionais, aumenta a pressão sobre os custos de produção, transporte e inflação. Embora o ICMS não incida diretamente sobre exportações, o relatório enfatiza que o dinamismo da atividade exportadora é vital para a economia, estimulando tanto salários quanto lucros.

A crescente dependência da indústria paulista por insumos importados torna os preços internos sensíveis às oscilações externas. 'Flutuações adversas na economia mundial são cada vez mais transmissíveis à economia paulista e, em especial, à sua base industrial', alerta o documento.

Em contrapartida, o governador Tarcísio de Freitas, aliado político do ex-presidente Jair Bolsonaro, expressa uma visão diferente. Tarcísio, que exalta abertamente a eleição de Trump, vê nas medidas tarifárias 'oportunidades' para São Paulo e para o Brasil. Ao acreditar que 'o americano está olhando o interesse dele', Tarcísio aposta que o Brasil pode 'tirar proveito da situação' e conquistar novos mercados na Europa e Ásia.

No entanto, os números falam por si: em 2024, São Paulo exportou cerca de US$ 13,6 bilhões para os Estados Unidos, os principais parceiros comerciais do estado, com itens como aviões e sucos de laranja liderando a frente. Apesar da louvada oportunidade, a realidade do comércio internacional envolve uma intricada rede de fornecedores e consumidores, e qualquer decisão tarifária pode gerar impactos em cascata.

Para a China, São Paulo exportou US$ 8,3 bilhões, revelando a dependência da economia paulista dos humores internacionais. Para o Brasil como um todo, a China aparece como o maior parceiro comercial, refletindo uma relação complexa e estratégica.

Tarcísio também demonstrou apoio à postura do governo Lula em relação ao tarifaço de Trump, classificando a abordagem como 'cautelosa'. O Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista, argumenta que não existe incoerência entre a fala do governador e o parecer técnico da Fazenda. Segundo uma nota oficial, ambas as perspectivas 'não são divergentes, e sim complementares', reassurando que tais circunstâncias podem tanto ameaçar quanto proporcionar novos arranjos de mercado.

Em última análise, o cenário geopolítico turbulento poderá se transformar, seja para confronto ou colaboração. A conjuntura global delineada pelo relatório endossa a necessidade de estratégias flexíveis e bem informadas, capazes de navegar pelas águas incertas do comércio internacional.

Embora Tarcísio acredite em novas oportunidades, os desafios inerentes exigem uma abordagem cuidadosa. Quais são as suas opiniões sobre a visão otimista do governador? Compartilhe nos comentários ou visite nosso site para se aprofundar em mais conteúdos relacionados à política econômica brasileira.

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