Trump Deixa Rússia de Fora das Tarifas: Estratégia Política ou Simples Coincidência?

Trump Deixa Rússia de Fora das Tarifas: Estratégia Política ou Simples Coincidência?

As tarifas globais 'recíprocas' implementadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, entraram em vigor recentemente, atingindo mais de 180 países e territórios. No entanto, surpreendentemente, algumas nações, como a Rússia e Belarus, estão isentas. Essa decisão levanta questões, especialmente em um contexto de sanções severas impostas a Moscou após sua invasão à Ucrânia. O secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, esclareceu em entrevista que não há comércio com a Rússia por causa das sanções vigentes. Contudo, dados do Departamento do Censo dos Estados Unidos apontam que, embora reduzido, há um comércio significativo com a Rússia, envolvendo produtos estratégicos como fertilizantes, que ainda são importados. A exclusão da Rússia desta lista de tarifas não se baseia apenas nos números de importação, pois países com volumes comerciais semelhantes, como o Cazaquistão, estão sujeitos a tarifas elevadas.

A cientista política Alexandra Filippenko sugere que, ao isentar a Rússia, Trump sinaliza um desejo de melhorar as relações com Moscou. Essa percepção é reforçada por declarações de autoridades russas, como Kirill Dmitriev, que afirmou a vontade dos EUA e da Rússia de retomar diálogos e cooperação econômica. Nina Khrusheva, professora da New School, compartilha essa opinião, sugerindo que a visita diplomática em andamento dificultaria a imposição de novas tarifas.

A lista de tarifas de Trump também traz outras surpresas. Enquanto a Venezuela, sob sanções, está incluída, países como a Coreia do Norte, Cuba e Belarus permanecem isentos. Isso é significativo, já que o comércio bilateral, mesmo que reduzido, ocorre. Em 2024, Belarus, por exemplo, exportou cerca de 21 milhões de dólares em mercadorias para os EUA.

O economista Oleg Buklemishev aponta que a decisão de não impor novas tarifas adicionais à Rússia pode ter um fundo puramente político, com considerações econômicas sendo deixadas de lado. Itens como combustível nuclear e metais de platina ainda são importados dos russos, e imposições tarifárias sobre esses produtos aumentariam significativamente os custos de energia nos EUA, cenário que Trump quer evitar. Buklemishev conclui que, dadas as restrições logísticas e financeiras, um retorno ao comércio anterior com a Rússia é improvável, com a China ocupando parte do mercado russo.

A estratégia por trás das decisões tarifárias de Trump sugere priorizações que vão além dos números econômicos e passam a ilustrar uma jogada política complexa. Como esse cenário evoluirá ainda é incerto, mas revela tensões e decisões estratégicas que afetam a economia e a diplomacia global. Compartilhe sua opinião nos comentários e confira mais conteúdos informativos em nosso site para aprofundar seu entendimento sobre questões internacionais e econômicas!

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