Síria Realiza Primeira Transação SWIFT Pós-Conflito e Marca Retorno ao Sistema Financeiro Global
A caminhada rumo à normalização econômica parece estar em curso para a Síria, um país que, após 14 anos de confronto contínuo, dá passos significativos para se reintegrar ao cenário financeiro global. Na última quinta-feira, o presidente do Banco Central, Abdelkader Husriyeh, anunciou que a Síria realizou sua primeira transação bancária internacional via sistema SWIFT desde que a guerra civil abateu o país, marcando um ponto de virada para uma nação ansiosa por reconstruir seu futuro econômico.
Após anos de isolamento imposto por sanções ocidentais, a transação comercial direta de um banco sírio para um banco italiano representa um movimento estratégico em direção à abertura econômica. Husriyeh expressou otimismo, anunciando que transações semelhantes com bancos dos Estados Unidos são esperadas nas próximas semanas, um sinal claro de que os ventos estão mudando. "A porta agora está aberta para mais transações desse tipo", afirmou, destacando o otimismo sobre o reforço das relações econômicas globais da Síria.
O isolamento sírio foi desencadeado após a repressão brutal do regime de Bashar al-Assad sobre os protestos antigovernamentais em 2011, que levou ao congelamento dos laços financeiros e a um pacote considerável de sanções internacionais. Entretanto, a queda de Assad no ano passado, durante uma ofensiva dos rebeldes liderados por islamistas, abriu novas avenidas diplomáticas e financeiras, especialmente após reuniões cruciais ocorridas em Riad entre o presidente interino Ahmed al-Sharaa e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
A resposta dos Estados Unidos tem sido de uma gradual flexibilização das sanções, com membros do Congresso pressionando por uma revogação completa, enquanto as sanções econômicas da Europa foram totalmente abolidas. Essa mudança de política é vital para que a Síria recupere sua capacidade de realizar transferências bancárias internacionais necessárias para financiar a reconstrução e reativar uma economia em frangalhos, uma realidade que impactou drasticamente a população, deixando 90% dos cidadãos em condições de pobreza, de acordo com as Nações Unidas.
Recentemente, Husriyeh presidiu uma reunião virtual de alto nível, reunindo representantes de bancos sírios, instituições financeiras americanas e autoridades dos Estados Unidos, incluindo o enviado especial de Washington para a Síria, Thomas Barrack. A reunião enfatizou a necessidade urgente de reintegrar o sistema bancário sírio ao sistema financeiro global, culminando com um convite formal a bancos norte-americanos para restabelecerem seus laços, sinalizando um renascimento econômico possível para o país.
"Temos dois objetivos claros: fazer com que os bancos americanos estabeleçam escritórios de representação na Síria e retomar as transações entre bancos sírios e americanos. Acredito que isso pode acontecer em questão de semanas", compartilhou Husriyeh. Entre os bancos que receberam convite para essa conferência estavam pesos pesados como JP Morgan, Morgan Stanley e Citibank, embora a lista de participantes ainda seja incerta.
A reinserção da Síria no sistema financeiro mundial não é um mero movimento transacional; representa esperança renovada para milhões de sírios que enfrentaram anos de adversidade econômica. No entanto, a jornada para a normalização completa ainda é cheia de desafios e incertezas, exigindo vigilância contínua e dedicação tanto de parceiros internacionais quanto da liderança econômica do país.
O caminho para a recuperação econômica, embora ainda longo, poderá ser uma oportunidade para o mundo testemunhar a transformação de uma nação resiliente. A comunidade global observa atentamente enquanto a Síria se empenha em se levantar das cinzas da guerra, em direção a um futuro de estabilidade e prosperidade econômica renovada. Compartilhe sua opinião nos comentários e fique atento para mais atualizações em nosso site!